Thursday, March 22, 2007

Entrevista à Professora de Danças Latino Americanas Sofia Pedro

1. Como descobriu a Batoto Yetu - BY?

- Num espectáculo que vi no CCB hà vários anos (não consigo saber a data) e que me apaixonou.

2. Julgo ser das primeiras sócias do BY, qual a razão de ter apoiado e participado no projecto byp?


- Nesse espectáculo distribuíram uns folhetos nos quais se podia fazer essa inscrição. O espectáculo entusiasmou-me tanto que fiz essa inscrição de imediato e escrevi uma carta a disponibilizar-me para ajudar a associação no que estivesse ao meu alcance.
Eu nasci em Angola e vivi lá até aos 7 anos. Foi de certeza uma vivência que me marcou muito porque basta, por exemplo, ouvir musica de lá que fico com uma grande alegria (‘cá dentro’). Quando percebi que um dos objectivos da associação era dar a conhecer, a crianças que já não nasceram em África, as suas raízes fiquei muito entusiasmada.
Para além disso, estando ligada à dança, sei que é um poderoso meio de ligação entre as pessoas e um bom veículo para o auto-conhecimento. Ligação entre as pessoas de um grupo. Ligação/ponte entre comunidades. Ligação à Terra. Ligação à vida. Ligação à alegria.
Tudo isto faz muita falta a todas as pessoas. Principalmente às que vivem fora do seu país de origem.

3. O que distingue BY dos outros projectos africanos existentes para ter querido participar?

- Foi “só” a enorme alegria que vi e senti nesse espectáculo.

4. O que gostava que o BY viesse a tornar-se no futuro em Portugal?


Uma associação forte que tenha um papel importante na vida de todos.

5. Trouxe-lhe algo de novo a nível pessoal o facto de ter trabalhado com o BY?

- Infelizmente não cheguei a trabalhar muito com o BY. Apenas fui a responsável por os convidar a participar no espectáculo produzido pela Lusitango aquando do Festival Internacional de Tango de Lisboa (FTL) em 2003 (ou 2002?). Isto surgiu por haver historiadores que apontam para a existência de uma influência da música Africana no Tango. Pedi a um amigo argentino e professor de tango a viver aqui em Lisboa se me podia fazer um resumo do que teria sido essa influência.
Mais tarde também convidei o BY a fazer um espectáculo num convívio de natal de uma empresa. Aí pude admirar de perto a forma organizada com que o grupo se movimentava e era liderado. Para além da alegria sempre presente, das lindas danças que executam e da música contagiante que tocam.

6. Acha que o BY mudou ou pode vir a mudar alguma coisa a nível cultural/étnico na sociedade portuguesa? Como?

- Penso que terá mudado de certo muita coisa dentro da comunidade africana, principalmente naqueles que tiveram a disponibilidade (seja ela qual for) de nela participar.

Na sociedade portuguesa . . . não sei . . .


Muito obrigado pelas respostas

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