Saturday, March 24, 2007

Projecto Áfri-cá: Asas e raízes

O projecto Áfri-cá: Asas e Raízes está já disponivel online atrávés do site e blog esperamos que os visitem sempre que quiserem saber mais sobre as nossas actividades no projecto.
Este projecto têm como Entidade promotora a Associação Batoto Yetu Portugal e trabalha em consórcio com a Câmara Municipal de Oeiras, Agrupamento de Escolas de São Bruno, Fundação Luso Americana para o Desenvolvimento.

Na próxima semana teremos um passeio a uma colónia de férias no Sul do País, aproveitando as férias da Páscoa das crianças que participam no projecto!
Divirtam-se!

Em breve teremos fotos de mais actividades.

Thursday, March 22, 2007

Entrevista à Professora de Danças Latino Americanas Sofia Pedro

1. Como descobriu a Batoto Yetu - BY?

- Num espectáculo que vi no CCB hà vários anos (não consigo saber a data) e que me apaixonou.

2. Julgo ser das primeiras sócias do BY, qual a razão de ter apoiado e participado no projecto byp?


- Nesse espectáculo distribuíram uns folhetos nos quais se podia fazer essa inscrição. O espectáculo entusiasmou-me tanto que fiz essa inscrição de imediato e escrevi uma carta a disponibilizar-me para ajudar a associação no que estivesse ao meu alcance.
Eu nasci em Angola e vivi lá até aos 7 anos. Foi de certeza uma vivência que me marcou muito porque basta, por exemplo, ouvir musica de lá que fico com uma grande alegria (‘cá dentro’). Quando percebi que um dos objectivos da associação era dar a conhecer, a crianças que já não nasceram em África, as suas raízes fiquei muito entusiasmada.
Para além disso, estando ligada à dança, sei que é um poderoso meio de ligação entre as pessoas e um bom veículo para o auto-conhecimento. Ligação entre as pessoas de um grupo. Ligação/ponte entre comunidades. Ligação à Terra. Ligação à vida. Ligação à alegria.
Tudo isto faz muita falta a todas as pessoas. Principalmente às que vivem fora do seu país de origem.

3. O que distingue BY dos outros projectos africanos existentes para ter querido participar?

- Foi “só” a enorme alegria que vi e senti nesse espectáculo.

4. O que gostava que o BY viesse a tornar-se no futuro em Portugal?


Uma associação forte que tenha um papel importante na vida de todos.

5. Trouxe-lhe algo de novo a nível pessoal o facto de ter trabalhado com o BY?

- Infelizmente não cheguei a trabalhar muito com o BY. Apenas fui a responsável por os convidar a participar no espectáculo produzido pela Lusitango aquando do Festival Internacional de Tango de Lisboa (FTL) em 2003 (ou 2002?). Isto surgiu por haver historiadores que apontam para a existência de uma influência da música Africana no Tango. Pedi a um amigo argentino e professor de tango a viver aqui em Lisboa se me podia fazer um resumo do que teria sido essa influência.
Mais tarde também convidei o BY a fazer um espectáculo num convívio de natal de uma empresa. Aí pude admirar de perto a forma organizada com que o grupo se movimentava e era liderado. Para além da alegria sempre presente, das lindas danças que executam e da música contagiante que tocam.

6. Acha que o BY mudou ou pode vir a mudar alguma coisa a nível cultural/étnico na sociedade portuguesa? Como?

- Penso que terá mudado de certo muita coisa dentro da comunidade africana, principalmente naqueles que tiveram a disponibilidade (seja ela qual for) de nela participar.

Na sociedade portuguesa . . . não sei . . .


Muito obrigado pelas respostas

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Friday, March 09, 2007

Entrevista ao Professor José Machado Pais

BYP - Como descobriu a Batoto Yetu Portugal-BYP?

JMP - Tinha sido convidado a participar numa pesquisa sobre jovens, apoiada pela União Europeia. Em cada um dos países participantes havia que seleccionar três projectos envolvendo jovens. Depois de ter feito uma prospecção e recolhido algumas informações, decidi que um dos projectos seria mesmo o Batoto Yeto. Uma das colegas que mais me incentivou a conhecer a BYP foi a Profª. Maria Ionnis Baganha, da Universidade de Coimbra. Ela estuda migrações e questões étnicas e, também por viver no concelho de Cascais, conhecia bem o projecto.

BYP - Qual a razão de ter apoiado e participado no projecto?

JMP - Foi paixão à primeira vista. À primeira vista e – é caso para dizer – ao primeiro ouvido! Quando vemos as danças e ouvimos as percussões não podemos ficar indiferentes. Há uma energia contagiante que nos envolve. Dei logo comigo a fazer batidas com o pé no chão, mesmo sentado. Isto do ponto de vista artístico. Mas o projecto não se resume apenas ao lúdico. Tem objectivos orientados para a integração social de jovens que, pelas suas condições sociais, têm dificuldades em encontrar os melhores rumos de vida.

BYP - O que distingue este projecto dos outros de carácter semelhante para ter querido participar?

JMP - Fiquei seduzido pela forma como, entre os jovens byp, se harmoniza o prazer da dança e da música com os horizontes de realização pessoal e profissional.

BYP - O que gostava que a Batoto Yetu viesse a tornar-se no futuro em Portugal?

JMP - A consolidação da realidade prometedora que tem sido no passado.

BYP - Trouxe-lhe algo de novo a nível pessoal o facto de ter trabalhado com o projecto?

JMP - Beneficiei, sobretudo, de gratificações emocionais. Aprendi a admirar jovens cujas conquistas têm muito mais valor do que as daqueles jovens que quase nada têm para conquistar porque têm quase tudo à mão. E, finalmente, descobri que a minha alma é africana.

BYP - Acha que a Batoto Yetu mudou alguma coisa a nível cultural/étnico na sociedade portuguesa?

JMP - A consciência da discriminação social exacerba o sentimento de comunhão étnica. No entanto, no projecto BYP notei uma propensão à partilha cultural. Por exemplo, em algumas das suas exibições, verifiquei que os jovens da Batoto Yetu convidam os assistentes a dançarem as suas músicas. Desse ponto de vista, essa partilha sugere que a diversidade cultural não é incompatível com a integração social.

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